Quando penso na função da língua me pergunto como podem alguns gramáticos afirmarem que um brasileiro não sabe falar português. Esse equívoco acontece justamente por causa da confusão que fazemos entre língua e fala. É preciso entender que se tratam de naturezas diferentes. A fala é uma representação da língua, assim como os sinais o são também.
Portanto é importante deixarmos claro: não existe brasileiro falante que não saiba falar o português, como não existe brasileiro surdo (usuário da LIBRAS) que não saiba se comunicar por sinais. Não existe erro na língua. Tudo é possível desde que se estabeleça a comunicação. O que existe é o desvio à norma quando se trata de escrita.
Quando escrevemos, podemos sim cometer transgressões em relação às regras estabelecidas pela gramática. Esse procedimento é estritamente ortográfico, não linguístico. E ainda assim, se a escrita estabeleceu a comunicação, ela cumpriu o seu papel, atendendo ou não às normas.
É importante lembrar que a gramática tem um papel fundamental na sociedade. É necessário existir uma norma na escrita. Na escrita. Nem todo o tipo de literatura pode admitir os desvios à NGB (Norma Gramatical Brasileira). Um exemplo clássico é qualquer livro de leis. A língua portuguesa é cheia de truques.
A semântica nos permite jogar com as palavras e isso pode ser muito perigoso. A gramática é necessária para se estabelecer um padrão da escrita, mas não significa a única forma de comunicação.

A semântica nos permite jogar com as palavras e isso pode ser muito perigoso. A gramática é necessária para se estabelecer um padrão da escrita, mas não significa a única forma de comunicação.

Encarar o desvio à norma como um erro linguístico seria preconceito.
Olá Mariana, achei muito legal quando deu ênfase que há diferença na natureza da escrita e da fala! Adorei!
ResponderExcluirQue bom, Sabrina! Aceito qualquer sugestão! Estejam à vontade para escrever e acrescentar! Beijosss
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