quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Preposições!!!





Preposição é a classe gramatical que liga palavras entre si. Funcionam como conectivos. Ela é invariável, pois não sofre flexão de gênero, número ou grau. Sua função é estabelecer relação de vários sentidos entre as palavras que liga.


As preposições mais comuns são: a, antes, após, até, com, contra, de, desde, entre, para, per, perante, por, sem sob, sobre, trás. Cada uma delas é empregada de acordo com o contexto. Por exemplo:

a) preposições a, até, contra, para, por podem indicar direção.

Ex.: Mariana vai à casa da Luciana; (aqui é um caso de crase, que é a junção da preposição a com o artigo a = à) 
Mariana vai para a casa da Luciana; (esse "a" é artigo) - direção
Mariana vai até a casa da Luciana ;(esse "a" é artigo) - direção
Mariana faz foça contra a porta da casa da Luciana; (esse "a" é artigo) - direção
Mariana foi por ali. - direção

b) preposições a, ante, após, até, contra, em, entre, perante, por, sob, sobre, trás podem indicar posicionamento, referência.

Ex.: Luciane está a minha frente; - posição/local (não usamos crase aqui pois no pronome minhA já tem a marcação de gênero feminino).
Luciane está ante mim; (na minha frente) - posição/local
Luciane chegou após mim; - posição/local
Luciane correu até mim; - posição/local
Luciane veio contra mim; - posição/local
Luciane está entre mim e Ronise - posição/local
Luciane ficou perante os diretores - posição/local
Luciane lutou por você - (no seu lugar) - posição/referência
Luciane veio de trás de mim - local. Nesse caso temos uma locução prepositiva, isto é, quando temos duas ou mais preposições juntas.

c) preposições de, para podem indicar posse.

Ex.: A casa da Mariana (preposição de + artigo a = da)
Essa casa é para Mariana

d) preposição com pode significar união ou ênfase.

Ex.: Mariana trabalha com o Betto; - união
Mariana é casada com o Léo; - união
A universidade fez parceria com a escola; - união


e) preposições com e por podem ser enfáticas, isso é, podem servir para reforçar algo. 

Ex.:Mariana concorda com Betto; - ênfase
Mariana procura por Betto; - ênfase

Se tirarmos a preposição, ainda assim temos sentido.

f) preposições de e para podem indicar origem e destino:

Ex.: Eu sou de Portugal (local onde nasci)
Eu vou para Portugal (viajar)


Vamos tentar inferir alguns significados das preposições?

1) Ronise falou à Simone
2) Ronise falou ante Simone
3) Ronise falou após Simone
4) Ronise falou até Simone
5) Ronise falou com Simone
6) Ronise falou contra Simone
7) Ronise falou desde Simone
8) Ronise falou em Simone
9) Ronise falou entre Simone
10) Ronise falou para Simone
11) Ronise falou per Simone (não se usa muito per, usa-se mais por)
12) Ronise falou por Simone
13) Ronise falou sem Simone
14) Ronise falou sob Simone
15) Ronise falou sobre Simone
16) Ronise falou de trás de Simone
17) Ronise falou por trás de Simone

Agora, tentem ligar os significados:

a) falou escondido, fofoca; 
b) falou diretamente (2x);
c) falou na frente, pessoalmente;
d) discordou, falou oposto;
e) falou com a Simone na frente;
f) falou começando pela Simone;
g) falou a respeito da Simone (2x);
h) falou durante a fala da Simone;
i) falou no lugar da Simone (2x);
j) falou depois da Simone;
l) terminou de falar quando chegou na Simone;
m) Ronise e Simone falaram juntas;
n) Ronise falou sozinha;
o) Ronise falou com a Simone em cima dela;

Que tal?


Bem, como vocês puderam ver, as preposições podem se juntar com os artigos, advérbios ou pronomes. Nesse caso, temos duas situações possíveis: a combinação e a contração.

a) combinação quando na união da preposição com a outra palavra não houver perda de elemento fonético.
b) contração quando na união da preposição com outra palavra houver perda fonética.


Beijos!!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pessoal,

fiz um breve comentário na aula de Língua sobre o que é linguagem (sugestão da nossa amiga Sabrina).
Beijos
M.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

              
Como definir um artigo indefinido?


Na língua portuguesa usamos os artigos para definir o substantivo em número, singular ou plural, e gênero, masculino e feminino. 

Ex.: a mochila, as mochilas.
o caderno, os cadernos.

Dentro da categoria artigo, existem duas subcategorias: definidos ou indefinidos. Como o próprio nome diz, artigo definido é o artigo que se refere a um substantivo conhecido, definido pelo sujeito da oração. O artigo indefinido é aquele que se refere a um substantivo qualquer, sem definição específica. 

Exemplo de artigo definido:

A aluna chegou atrasada novamente.
O caderno estava rasgado.

Exemplo de artigo indefinido:

Uma aluna chegou atrasada.
Um caderno estava rasgado.

Nas duas primeiras frases, os artigos definem. Nãos e trata de qualquer aluna ou qualquer caderno. "A aluna" se refere a uma aluna em especial, o mesmo com o caderno.
Nas duas últimas frases, os artigos não definem. Qualquer aluna chegou atrasada. Qualquer caderno está rasgado.

A função do artigo está tão inserida na língua portuguesa que muitos jargões foram criados usando-os, de maneira que se retirarmos o artigo da oração o sentido desaparece.

Ex: Ele é o cara da informática. (Quer dizer que ele é o famoso, o melhor etc.)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Brasileiros podem errar na sua própria língua??

Às vezes me pergunto como pode um falante errar a sua própria língua. Essa é uma das maiores contradições que enfrentamos no nosso quotidiano. Assim que nascemos, começamos a nos comunicar com o mundo. Esse primeiro encontro geralmente se dá com a família. Ela, na maioria das vezes, é a responsável pelas nossas primeiras tentativas de comunicação. Depois de um tempo, estamos falando/sinalizando para todo o mundo a todo o momento. Conseguimos alcançar o objetivo real da língua: comunicar.

Quando penso na função da língua me pergunto como podem alguns  gramáticos afirmarem que um brasileiro não sabe falar português. Esse equívoco acontece justamente por causa da confusão que fazemos entre língua e fala. É preciso entender que se tratam de naturezas diferentes. A fala é uma representação da língua, assim como os sinais o são também.

Portanto é importante deixarmos claro: não existe brasileiro falante que não saiba falar o português, como não existe brasileiro surdo (usuário da LIBRAS) que não saiba se comunicar por sinais. Não existe erro na língua. Tudo é possível desde que se estabeleça a comunicação. O que existe é o desvio à norma quando se trata de escrita. 

Quando escrevemos, podemos sim cometer transgressões em relação às regras estabelecidas pela gramática. Esse procedimento é estritamente ortográfico, não linguístico. E ainda assim, se a escrita estabeleceu a comunicação, ela cumpriu o seu papel, atendendo ou não às normas.
É importante lembrar que a gramática tem um papel fundamental na sociedade. É necessário existir uma norma na escrita. Na escrita.  Nem todo o tipo de literatura pode admitir os desvios à NGB (Norma Gramatical Brasileira). Um exemplo clássico é qualquer livro de leis. A língua portuguesa é cheia de truques.

A semântica nos permite jogar com as palavras e isso pode ser muito perigoso. A gramática é necessária para se estabelecer um padrão da escrita, mas não significa a única forma de comunicação.


Encarar o desvio à norma como um erro linguístico seria preconceito.



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O que é língua?

Atualmente, somos bombardeados com as diversas noções do que seja uma língua. Resolvi, então, colocar algumas concepções interessantes sobre essa temática:


"... sistema de repre­sen­ta­ção soci­al­mente cons­truído, cons­ti­tuído de sig­nos linguísticos" (Maria Luíza Abaurre e Marcela Pontara).

"...um conjunto de prá­ti­cas soci­ais e cog­ni­ti­vas his­to­ri­ca­mente situadas." (Luiz Antônio Marcuschi).

É importante observar que, diferente de outras concepções de língua, essas aqui citadas não excluem a LIBRAS da categoria de língua. Assim como qualquer outra, a Libras comunica, alcança o poder de abstração, transmite sua cultura, possui usuários, enfim, possui todos os requisitos que uma língua necessita para ser.



Qual seria a diferença entre língua e linguagem?


Atualmente, costumamos confundir muito essas duas categorias. Essa confusão ocorre, em grande parte, devido ao uso exagerado das duas terminologias pelas grandes redes de comunicação, as quais nem sempre possuem o conhecimento da causa.
Vamos tentar esclarecer um pouco. Vejamos o que diz o linguísta Saussure a respeito do assunto:

"Mas, o que é a língua? Para nós ela não se confunde com a linguagem, ela é apenas uma parte dela, essencial, é verdade. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para possibilitar o exercício de tal faculdade pelos indivíduos. Considerada em sua totalidade, a linguagem é multiforme e heteróclita; cavalgando sobre diferentes domínios, ao mesmo tempo físico, fisiológico e psíquico, ela pertence ainda ao domínio individual e ao domínio social; ela não se deixa classificar em nenhuma categoria dos fatos humanos, e é por isso que não sabemos como determinar sua unidade". 
Saussure, Ferdinand de - Cours de Linguistique Générale. Paris:Payot, 1966. P. 25 
                                                    

A partir do conceito de língua de Saussure, fica mais fácil entender a diferença entre ambas. Sendo assim,não se esqueça mais: a língua é um sistema de representação socialmente construído a partir da linguagem. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Capacitação de tutores

Olá, pessoal! Tudo bem? Espero que sim!
Bom, aproveito o espaço para postar algumas fotos do nosso primeiro encontro da disciplina optativa de LIBRAS e do curso livre de Braille, oferecidos pela Universidade Federal Fluminense. Foi uma tarde muito agradável e produtiva!
Para quem não conhece nossos projetos, a UFF oferece a disciplina de LIBRAS para todos os alunos e servidores da casa, como também o curso de Braille para todas as pessoas interessadas, independente de serem da universidade ou não.
Esses cursos que estão sendo oferecidos fazem parte do primeiro passo da Universidade para o cumprimento da Lei que reconhece a LIBRAS como língua oficial do Surdo, como também do decreto que garante a disciplina da língua de sinais nos currículos acadêmicos.


        Art. 2o  Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
        Parágrafo único.  Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR

        Art. 3o  A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
        § 1o  Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
        § 2o  A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

 Tutores de LIBRAS e Braille concentrados na capacitação.
 Coordenadora de Braille Fernanda e Coordenadora de LIBRAS Mariana
 Camila Louzada ajudando os tutores a conhecerem a plataforma.


 Peguei no flagra, Tutor Fábio! rs
 Não teve como resistir à empadinha da mãe da Tutora Simone! Estava deliciosa!
Coordenadora Fernanda comendo tudo no lanche de encerramento!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Equipe de LIBRAS e Braille - UFF

Olá queridos amigos! Sejam bem-vindos ao blog Entre as Línguas! Nesse espaço, trocaremos muitas informações sobre o mundo das línguas. Estejam à vontade para postar novidades, fazer perguntas, dar palpites, informar sobre eventos da área...enfim: a casa é nossa! 
Importante lembrar que o tema do nosso blog é língua, portanto é interessante evitarmos qualquer comentário sobre outra natureza, ok?
Um grande beijo,


Mariana Cunha